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Colostro para adultos: o que a ciência realmente mostra.

  • Foto do escritor: À Sua Saúde
    À Sua Saúde
  • 23 de nov.
  • 2 min de leitura

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O colostro, o “primeiro leite” produzido logo após o nascimento, é rico em anticorpos, proteínas antimicrobianas e nutrientes que ajudam o recém-nascido a iniciar a vida com proteção extra. Diante dessa composição, surge a pergunta: será que o colostro bovino também traz benefícios para adultos? A procura por suplementos sugere que muita gente acredita que sim.


Nos últimos anos, produtos à base de

colostro bovino ganharam espaço em vários países e viraram cápsulas, pós e líquidos. As vendas cresceram rapidamente, impulsionadas por promessas de redução de inflamação, melhora digestiva e imunológica, ganho de força muscular, aumento da capacidade aeróbica e até rejuvenescimento da pele. Porém, como acontece com muitos suplementos populares, o entusiasmo ultrapassa as evidências.


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Alguns estudos mostram efeitos moderados no sistema imune, especialmente em pessoas sob estresse físico intenso. Em testes realizados na Polônia com nadadores e triatletas, doses elevadas de colostro foram associadas a um aumento discreto, mas considerado positivo, de uma importante imunoglobulina presente na saliva, algo que pode ajudar a reduzir infecções de vias aéreas. Uma revisão de ensaios clínicos com atletas também encontrou menos episódios dessas infecções e recuperação mais rápida. Ainda assim, esses estudos são pequenos, restritos a atletas e apresentam resultados inconsistentes quando repetidos em outras populações.


Onde as evidências são mais robustas é no trato gastrointestinal. Em um estudo conduzido em Uganda, adultos com diarreia crônica associada ao HIV tiveram melhora mais rápida quando receberam colostro junto ao tratamento padrão. Além disso, recuperaram peso de forma mais significativa do que o grupo que não recebeu o suplemento. Esses efeitos são atribuídos às proteínas antimicrobianas e anticorpos presentes no colostro, que ajudam a fortalecer a barreira intestinal e reduzir a chamada “síndrome do intestino permeável”.


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Alguns estudos também apontam melhora da capacidade aeróbica, possivelmente ligada à redução de inflamação e ao papel da lactoferrina, uma das proteínas do colostro, no transporte de oxigênio. Um ensaio recente com atletas indicou que o uso prolongado do suplemento aumentou a capacidade de captação de oxigênio. Contudo, não foram observados ganhos de massa muscular, contrariando parte das alegações de marketing. Já os supostos efeitos sobre a pele não contam, até agora, com estudos clínicos publicados.


Apesar de alguns resultados encorajadores, os dados ainda são limitados e não justificam todas as promessas feitas aos consumidores. Além disso, o custo não é trivial: mesmo pequenas quantidades diárias podem ultrapassar R$ 325 por mês. Diante disso, a decisão de usar colostro deve levar em conta tanto o que a ciência confirma quanto aquilo que ainda permanece no campo das expectativas.

 
 
 

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