Menos Álcool, Mais Saúde Cerebral!
- À Sua Saúde

- 22 de out. de 2023
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Uma recente investigação divulgada na revista Alcohol: Clinical and Experimental Research ressalta que a diminuição do consumo alcoólico pode ter impactos positivos na saúde do cérebro para aqueles que sofrem com o transtorno por uso de álcool (TUA).
Segundo o Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, o TUA é uma condição cerebral onde indivíduos têm dificuldade em moderar ou cessar o consumo de álcool, mesmo com consequências adversas em suas relações, saúde e trabalho.
Os resultados demonstraram que aqueles que diminuíram ou cessaram o consumo de álcool apresentaram um aumento no volume de determinadas áreas cerebrais quando comparados àqueles que mantiveram um consumo elevado. Curiosamente, ao manterem um padrão de consumo mais contido — limitando a três doses diárias para homens e 1,5 para mulheres —, o volume cerebral se assemelhava ao de abstêmios.
Os pesquisadores apontam que, face à complexidade de parar de beber completamente, reduzir o consumo pode ser um objetivo mais tangível para muitos. Para chegar a essas conclusões, foram analisados dados de 68 indivíduos com TUA, com idades entre 28 e 70 anos.

Esse grupo foi comparado a outro, composto por 34 indivíduos da mesma faixa etária, mas que não bebiam ou o faziam moderadamente.
A saúde cerebral foi avaliada através de ressonância magnética (MRI), que comparou o volume cortical em diferentes áreas do cérebro. Oito meses após o início do tratamento, os bebedores pesados apresentaram uma redução notável no volume em 12 das 13 regiões examinadas, em relação ao grupo de comparação.
O Dr. Daniel Atkinson, da clínica Treated, clarificou que, mesmo que estudos não apontem para a destruição de neurônios pelo álcool, o consumo pode induzir a uma diminuição cerebral. Ele enfatizou que o estudo revelou que mesmo o consumo moderado pode afetar o hipocampo, relacionado à memória e aprendizado.
"Atkinson salienta que o hipocampo tem uma arquitetura neural delicada e exclusiva, onde há constante formação de novas células através da neurogênese."

Ele ainda observa que pesquisas anteriores já mostraram que o excesso de álcool pode perturbar esse processo. Além disso, por ser diurético, o álcool favorece a desidratação, mas o impacto mais evidente no hipocampo sugere que a neurogênese comprometida é o principal responsável pela redução do volume cerebral.
A boa notícia é que o cérebro humano possui uma capacidade incrível de regeneração e adaptação. Assim, ao tomar decisões conscientes e saudáveis, como reduzir ou eliminar o consumo de álcool, é possível não apenas frear possíveis danos, mas também estimular a recuperação e otimização das funções cerebrais.
Esta pesquisa serve como um lembrete inspirador de que, independentemente das escolhas passadas, sempre temos a capacidade de adotar hábitos mais saudáveis e promover uma melhoria em nossa qualidade de vida. Em última análise, nosso cérebro é um aliado poderoso na busca pelo bem-estar, e cabe a nós cuidar dele da melhor maneira possível.






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