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Você sabia que todos nós temos células potencialmente cancerígenas?

  • Foto do escritor: À Sua Saúde
    À Sua Saúde
  • 7 de set.
  • 2 min de leitura

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Durante muito tempo, acreditou-se que o câncer surgia apenas quando uma célula sofria uma mutação grave no DNA e começava a se multiplicar sem controle. Essa visão ainda é válida, mas pesquisas recentes revelaram um detalhe surpreendente: mutações perigosas, que poderiam dar origem ao câncer, são comuns mesmo em pessoas saudáveis. Em tecidos como pele, esôfago, estômago e pulmão, muitas dessas células já carregam mutações associadas a tumores, mas nem por isso evoluem para a doença.


O que os cientistas estão descobrindo é que existe uma verdadeira competição dentro do corpo. Células saudáveis ou com mutações benignas podem impedir que as células perigosas cresçam. É como se o tecido tivesse um sistema natural de equilíbrio, onde as células “do bem” mantêm as problemáticas sob controle. Essa descoberta está abrindo um novo caminho para a prevenção: em vez de focar apenas em eliminar células ruins, pode ser mais eficaz estimular as boas a ocuparem espaço e protegerem o organismo.


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Um exemplo promissor vem de pesquisas com a metformina, um medicamento amplamente utilizado contra o diabetes. Em testes com ratos, ela foi capaz de dar às células saudáveis as mesmas vantagens competitivas que as células mutadas possuíam, impedindo que estas últimas se multiplicassem. Em contrapartida, fatores como a obesidade e dietas ricas em gordura favoreceram justamente as células perigosas. Isso mostra que o estilo de vida e medicamentos já disponíveis podem ter um papel direto na prevenção de alguns tipos de câncer.


Outro ponto crucial é a inflamação crônica. Diferente de uma inflamação normal, que ajuda a curar feridas e combater infecções, a inflamação contínua — causada por poluição, refluxo, infecções persistentes ou até radiação solar — cria um ambiente propício para que células mutadas se tornem tumores. Pesquisas recentes demonstraram que bloquear moléculas específicas ligadas à inflamação, como a interleucina-1ß, pode evitar o desenvolvimento de câncer em animais expostos a condições de risco, como o ar poluído.


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Essas descobertas estão levando médicos e cientistas a repensarem a forma de prevenir o câncer. A ideia não é apenas combater mutações já existentes, mas também controlar os gatilhos ambientais e imunológicos que fazem com que essas mutações se transformem em doença. Assim, novas estratégias de prevenção devem incluir tanto mudanças no estilo de vida quanto terapias direcionadas ao sistema imunológico.


No futuro, essa abordagem pode beneficiar milhões de pessoas: desde aquelas com risco genético elevado, como portadores de mutações no gene BRCA, até ex-fumantes, pacientes já tratados de câncer e indivíduos com lesões pré-cancerosas. À medida que a população envelhece e a incidência de câncer aumenta, fortalecer as células boas e controlar a inflamação pode se tornar uma das ferramentas mais poderosas da medicina preventiva.

 
 
 

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